21 abril 2010

A gente respira! Afinal, a vida é boa.

Será que é ridículo dizer que "toda mulher precisa de carinho, de ser paparicada, de ser chamada de linda"? Sei lá. Estou pensando na lista de coisas de que gosto. Há tantas! Mas poderia começar por aí: ser paparicada, ir ao restaurante, me arrumar e ouvir que estou linda, usar perfume, fazer a unha, ser massageada. Adoro ser bem tratada, com sorriso, com generosidade, com cortesia, com carinho, com muitos cuidados, mesmo que na simplicidade do dia-a-dia. Se outro dia postei que se não cuidar de mim, ninguém cuidará, hoje posto que não aceito mais na minha vida companhias que não me tratem bem. O trabalho foi longo até ver isso de maneira clara. Aliás, eu sabia que só procurava o que me fazia mal, mas não conseguia me abrir para o bem. Anos de análise e muitas lágrimas derramadas me ensinaram que não há tempo a perder e que (sim!!!) não precisamos sofrer (tanto!). A vida, em seu curso, já propõe os obstáculos. Que coisa é essa de procurar mais? Chega de masoquismo!!!

***

entrada: Mil folhas tomate, queijo de cabra, rúcula, vinho tinto (ao fundo)

Hoje, foi um dia desses em que o casal decide sair sozinho, comer bem, tomar vinho e conversar sobre projetos futuros. Fomos a um restaurante que eu conhecia como café. Le Chantefable. O nome é lindo... O almoço foi daqueles, mas Ele comeu demais, está muito cansado e fomos embora antes da sobremesa. Mas conversamos e curtimos o tempo que ali estivemos. O dia está lindo e isso transforma a alma!




20 abril 2010

Vida

Dia estranho.
Saio de casa contente com o sol.
Caminho, caminho, caminho.
Olho para a direita e desço a rue de Rebeval.
Pum. Pum. Ai. Ai. Poste.
Vou dormir com dor de cabeça e olho roxo.

Coisas boas do dia.
Risadas do Nini.
Chris que me paparicou.
O sol, que não deixou de brilhar.

16 abril 2010

Blog do Marcelo Rubens Paiva



É o blog do Marcelo Rubens Paiva, grande ídolo de minha pré-adolescência, escritor, pensador do íntimo da vida e do contemporâneo. Não me lembro se tinha 11, 12 ou 13 anos quando li Feliz Ano Velho. Me lembro daquela época conturbada, difícil, de pouca compreensão e de cegueira. Afinal, se minha adolescência foi difícil, a fase que a precedeu também não deu trégua: na escola tudo corria bem (sempre), mas em casa, na cabeça e no corpo era pura confusão. A história, não menos trágica, de MRP conseguiu atrair minha atenção naquele momento rock n'roll do final dos anos 80. Foi bom, foi muito bom, encontrar um modelo masculino para me inspirar. Mesmo se aquele modelo fosse um porra louca, apesar de brilhante, sensível e lindo.
Fui dar uma volta no blog da querida Serena (ali na lista ao lado) e me deparei com essa informação - MRP é blogueiro do Estadão. Maravilha. Para a falar a verdade, ainda nem li muita coisa, mas já dei uma olhada e fiquei contente.
Quem sabe não preparo um post sobre ele?

Sexta-feira da purificação



A sexta-feira é um dia sagrado. No Brasil, parte da minha família se veste de branco nesse dia; toma-se banho de ervas, de rosas brancas, de sal grosso.
Acordei mais uma vez com uma sensação que me persegue há três dias: cabeça pesada, vertigem, desânimo corporal. Acho que estou retendo líquidos, enfim, situação crítica. Assim, hoje, mais que nunca, não vou fugir à regra, prestando homenagem a esse dia santo: um dia sem ingerir carboidratos, banho de rosas brancas e de sal grosso, ida à academia para malhar e expurgar toxinas, mau-olhados, energias negativas. E mantendo a mente sempre aberta aos bons fluidos que estejam por vir!

15 abril 2010

Lista (do que eu não gosto)

[Em casa]

Não gosto de

Frio com chuva pela janela
Chuva
Frio sem chuva pela janela
Ter de secar o cabelo antes de sair
Tirar a maquiagem dos olhos
Lavar louça
Estender roupa
Arrumar armário da cozinha
Limpar banheiro
Pia cheia

Não gosto de

Música alta
Televisão ligada pra ninguém
Planta sem água
Poeira e teia de aranha
Gordura na parede
Fritura no fogão

Não gosto de

Fazer bolo com pressa
Forno que queima bolo
Forno fraco
Comida fria
Sopa morna
Café velho
Fruta passada
Iogurte ácido

Não gosto de

Acordar no meio da noite
Pensamentos que não sossegam
Dormir menos que oito horas
Não poder fazer a siesta
Ter de tirar as lentes todas as noites
Ter de colocá-las todas as manhãs


E a vida segue



Como dar conta de todas as funções que essa vida de mulher nos atribui? Hoje eu acordei, me olhei no espelho e estava um "bagaço"! Cansada, com a cabeça ainda tonta, os olhos saltados, avermelhados, ardendo. Noitada? Não. Ontem, saí com Marie e Camille, duas mães de crianças da creche do Ilios, fomos a um café aqui pertinho, tomei uma margarita (quanto tempo sem!!), conversei horrores. Foi ótimo, mas acho que tenho de fazer com mais frequência. Acho que fiquei de ressaca porque desacostumei com essa história de sair, me divertir.

***

O dia de ontem foi marcado por uma ida à agência nacional de emprego. Me inscrevi como "desempregada", estatuto que me garante umas regalias (como ir à piscina de graça, por exemplo), além de me confortar o ego com a idéias de que estou me mexendo para encontrar algo. Apesar de meu quase excesso de experiências profissionais, não tenho um perfil muito prático para a procura de um emprego. Não sou da área informática, nem engenheira, nem tenho MBA em gestão. Não sirvo para o comércio, não tenho cursinho de secretariado. Isso dificulta as coisas. Sou demasiado artística, intelectual, humana, cultural, sensível, aberta, múltipla. Tenho jogo de cintura demais, devia ser menos desenvolvida nesse ponto. Mas agora não dá para voltar atrás. Bola pra frente!


13 abril 2010

It's wok time!

Rapidinho, rapidinho, está quente! Brócolis, cenoura ralada, abobrinha, funcho em lâminas, cebola em pedaços, pimentão vermelho, amarelo, champignons. Gengibre fresco, ou em pó, pimenta picada (opcional). Regue com um pouco de azeite, molho de soja e mexa, mexa sem parar! Um fio de mel, se quiser dar um toque adocicado. Na minha panela, leva 5 minutos, os legumes devem estar ainda crocantes. No final, jogo a acelga (choux chinois) picada e um pouquinho de leite de coco. No momento de servir, coentro e salsinha picados. Acompanham? Peixe grelhado, carnes, frango. Arroz branco ou macarrão de arroz. Viva a minha wok!
(Isso foi hoje, na hora do almoço.)

Se você não se cuidar, quem cuidará de você?



Esse post está remoendo desde ontem. Aliás, faz anos que eu penso nessa questão: será que aqueles que estão próximos, por mais amados e por mais que nos amem, por mais atentos e voluntariosos que sejam, podem nos ajudar em todos os momentos, podem perceber as sutilezas que nos levam a um sentimento de tristeza, de angústia, de medo? A vida me mostrou que não. Não pensem que essa constatação me torna amarga. Ao contrário, ela me ajuda a respeitar ainda mais os limites alheios e, sobretudo, os limites que são os meus. Me explico.
Em outubro de 2002, um médico me disse que eu teria duas semanas de vida se não reagisse a um tratamento contra uma forte infecção pulmonar. Naquele momento, pensei que fosse morrer porque ouvi do médico a morte anunciada. Não morri, resisti e venci a doença. Ela hoje é parte de minha vida como exemplo daquilo que não quero voltar a ser.
A doença aconteceu num momento de solidão intensa, num momento de debilidade física e emocional. Eu achava, no fundo, que nada poderia me acontecer porque ninguém me deixaria ir além de certos limites. Lêdo engano. Havia pessoas à minha volta, apesar de a família e dos meus amigos próximos estarem todos no Brasil. Essas pessoas nunca me disseram que eu estava com jeito de pessoa doente. Ninguém me pegou pelo braço para me levar a um médico, ninguém perecia se importar. E eu me importava?
Ontem, eu estava organizando a semana e me dei conta da quantidade de atividades que preenchem minha vida de uma forma benéfica. Estou cuidando de mim, do meu corpo, da minha cabeça, arrumando minha casa, organizando minha vida para uma nova etapa. Sim, a situação é outra, não estou sozinha, mas isso começa comigo. Se eu não faço, ninguém poderá fazer por mim. Parece besta escrever isso, mas há constatações que se delineiam com o tempo...

11 abril 2010

Insônia

Imagem encontrada na net, publicada em vários blogs, não consegui os créditos.

Estou preparando um post sobre insônia. Na semana passada, uma amiga reclamou das noites mal dormidas no Facebook. Eu tomei a liberdade de enviar o seguinte comentário: "fiz yoga quando estava grávida e aprendi uma ótima técnica de relaxamento. Você se deita, barriga para cima, inspira profundamente, e estufa até o baixo abdômen. Expira pela boca, até fazendo um barulho grave (quem está do lado ri!), que faz vibrar a caixa toráxica. Faça isso várias vezes, até começar a bocejar. Isso acontece se você fizer o exercício direitinho, buscando a concentração. Eu faço de vez em quando, antes de dormir. Agora, uma coisa é importante, quando se tem insônia: como anda a vida? Que fatores contribuem para o estresse, para a ansiedade? No meu caso, tive insônia durante dois meses por assédio moral no trabalho, somado ao cansaço e ao prazo da tese que chegava ao fim. Tive depressão e meu médico me disse para tentar resolver os problemas antes de me passar algum remedinho mágico. De fato, quando os problemas passaram, passei a dormir profundamente, coisa que não acontecia durante dois meses (como você). Boa sorte! Vai passar".
É verdade, passa. Mas prometo um post detalhado sobre o assunto em breve. Não sou adepta dos remedinhos porque me dão pesadelo, me cansam mais do que me ajudam a relaxar. Pode ser que eu não tenha encontrado o lance adequado. Mas confio muito na consciência corporal, guiada pela respiração. É lógico que só isso não adianta, uma vez que o que tira o sono é um problema de fundo, que deve ser resolvido.

O nome do blog e um primeiro segredo que já era

Já eram segredos aquelas palavras que ficam e que ronronam durante horas, meses, anos. Já eram segredos aquelas emoções às quais damos tanta importância e que nos impedem de avançar. Já eram segredos aquilo mesmo que achamos que eram, de fato, segredos, mas que podem deixar de sê-los, podem perder seu "peso". Resolvi criar um blog para nele colocar meus pensamentos mais íntimos. Ultimamente, tenho atualizado a leitura de blogs bastante pessoais, de mulheres que se desvendam e que buscam trocar experiências, loucuras, pensamentos - grandes e pequenos - aproveitando esse novo modo de socialização que é a net para livrarem-se de "fantasmas", de "medos", de obstáculos.
Vamos lá então!Ontem, um post de uma delas muito me inspirou para criar definitivamente meu espaço. No post, fomos convidados a citar as guloseimas e boas coisas que não ousamos comprar para a casa para evitar a "grande desgraça" da gula. Aquele post tinha algo de extremamente familiar com o que vivo no cotidiano: um pensamento permanente sobre o que vou comer. Enviei o seguinte comentário a Elite:
"Tenho listas de coisas que não compro para me afastar do pecado e dos excessos! Sou bulímica e, durante uma fase de tratamento, numa clínica do Brasil, me orientaram da seguinte maneira: você não deve se privar das tentações, das guloseimas, achando que não as comprando as esquecerá. Deve haver de tudo um pouquinho em casa (é lógico, dentro de certos limites), prinicipalmente se você vive com outras pessoas. Aqui em casa, temos crianças, assim, é inevitável a presença de chocolates, bolachas e sorvete nos amários e geladeira. Sim, a tentação é enorme e, assumo, a possibilidade de eu devorar mais do que devo aumenta. Mas, aos poucos, comecei a constituir MINHA reserva de guloseimas, em que incluo chocolate a 74% de cacau (como 1 ou 2 quadradinhos por dia), achocolatado light, que tomo numa grande xícara, no final de tarde, que me satisfaz e não engorda...". Na verdade, acho que não posso passar um dia sem ingerir algo que tenha chocolate.


Os chocolates que me ajudam a driblar a vontade de um doce!

Sim, a coisa é difícil. Como resistir a tantas coisas guardadas na cozinha? Aprendi, com os vigilantes do peso a reduzir as quantidades sem me privar de determinados alimentos. Se faço um bolo, como um pedacinho, ainda que pequeno, mas como! E assim tento fazer com a maioria dos alimentos. Sei que há fomes e fomes: há "vontade de comer um doce", "vontade de comer salgado". Há também a vontade de "comer um salgado para depois se deliciar com um doce". Quanta neura, quantos desejos! Sei que a fruta pode ajudar a enganar a vontade, assim como os iogurtes de baixa caloria. Mas isso só não basta! Uma receita legal é a banana em compota: coloco a banana para cozinhar com uma pidada de canela. Fogo baixo, umas gotinhas de água (banana d'água). Fica como um doce, uma maravilha. Uma gota de creme de leite light e eis uma sobremesa fantástica.
Como passei boa parte desses últimos anos em casa, porque engravidei, estive escrevendo minha tese, sem trabalhar fora de maneira regular, foi difícil resistir. Engordei relativamente pouco com a gestação, mas foi difícil perder os 5 quilos que restaram no final. Ai, que raiva daquelas magrelas que dois dias depois do parto já estão feito tábua de passar roupa novamente!
No meu caso, os quilos extras tinham de partir, hérnia de disco incomodando, e eu já estava perdendo muito de minha auto-estima. Me matriculei numa academia, em agosto do ano passado, e os exercícios, com a diminuição da ingestão de alimentos ricos em gordura e açúcar, têm me ajudado muito nessa recuperação.
Um ponto que é muito importante no meu caso é que eu adoro cozinhar! Mas isso fica para um próximo post...